Justiça libera 'Pânico' a imitar Silvio Santos
O programa Pânico na Band alegou ser vítima de censura e conseguiu, em apelação, autorização da Justiça para levar ao ar a imitação do apresentador Silvio Santos, que estava proibida por liminar desde o ano passado. Segundo decisão assinada pelo juiz Vito Guglielmi nesta sexta-feira, 9, da 6ª Câmara Cível de São Paulo, a proibição é improcedente por violar o direito constitucional da liberdade de expressão. A assessoria de imprensa do SBT disse que vai esperar a notificação sobre a decisão para se pronunciar.
Imitador oficial de Silvio Santos no Pânico, o humorista Ceará (Wellington Muniz) fez da paródia um dos carro-chefes do programa que nasceu no rádio, integrou a programação da RedeTV! e, mais recentemente, passou a ser produzido e exibido pela Band.
Silvio Santos decidiu ir à Justiça depois de o programa da Band o ter abordado contra sua vontade na saída do Jassa, salão de cabeleireiro que frequenta há anos no Itaim, bairro nobre de São Paulo. Os humoristas levaram as imagens do empresário ao ar e criaram para ele dublagens com palavrão - na decisão desta sexta-feira, o juiz Guglielmi condenou a Band a pagar multa de 200 000 reais por danos morais causados ao apresentador por essa dublagem.
A atitude dos humoristas se uniu à preocupação com a concorrência do Pânico frente à atração que Silvio Santos apresenta tradicionalmente aos domingos no SBT. Em junho do ano passado, o apresentador conquistou a liminar que proibiu a paródia.
Os humoristas protestaram contra a decisão e encenaram o enterro do personagem no ar. Ceará voltou a se caracterizar como o homem do baú no início deste ano, com base em uma decisão tomada em novembro de 2012 pelo juiz da 6ª Vara Cível de Pinheiros. A retomada do personagem foi vista pelo SBT como violação de decisão tomada por um órgão superior, no caso, o Tribunal de Justiça de São Paulo, que também impediu a atração de se aproximar do apresentador dentro de um raio de 100 metros, seja para entrevistá-lo ou para captar imagens.
Em fevereiro, a Band recorreu, mas não foi atendida no pedido de derrubar a liminar em julgamento no Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão desta sexta-feira favorável ao Pânico inaugura mais um capítulo na disputa judicial que não deve parar por aí.
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