quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Essa crise já está virando piada.

Não foram os fracos resultados em campo em 2013, como a derrota para o frágil Kashima Antlers,ontem no Japão, que desencadearam uma das maiores crises da história do São Paulo Futebol Clube. Na verdade, as campanhas pífias na Libertadores e, agora, no Brasileiro são o resultado da estagnação política do clube que se autointitula Soberano.
Há sete anos como presidente – nove na diretoria –, Juvenal Juvêncio, 81 anos, perdeu a hora de deixar a sua sala no Morumbi. A manobra para alterar o estatuto que possibilitou o terceiro mandato colocou um desnecessário porém em uma gloriosa história no São Paulo. Juvenal contribuiu, como presidente ou diretor de futebol, para quatro títulos brasileiros, uma Libertadores, um Mundial – para citar os mais importantes – e a construção do CT de Cotia, para a base.
Atualmente, Juvenal parece viver em um mundo paralelo, no qual o “seu” clube continua sendo um exemplo de administração. Não é mais. Como Rogério Ceni bem diagnosticou depois da derrota para o Corinthians na Recopa, o “São Paulo parou no tempo”.
Juvenal sempre foi um centralizador, mas não dependia do autoritarismo para presidir, tinha os ouvidos abertos e se cercava de pessoas competentes e com experiência nos diversos setores do clube. Até 2010, quando implodiu a comissão técnica fixa ao demitir o fisiologista Turíbio de Barros, um dos idealizadores do centro de ponta de reabilitação de atletas, e o preparador físico Carlinhos Neves, hoje no Atlético-MG. As dispensas culminaram com a saída do superintendente Marco Aurélio Cunha – pré-candidato de oposição –, decepcionado por não ser mais ouvido. A sintonia entre o vestiário e a diretoria, antes controlada por Cunha, nunca mais foi a mesma.
Nos últimos quatro anos, seis técnicos passaram pelo Morumbi sem sucesso. Relações políticas balizaram escolhas como a do inexperiente Adalberto Baptista para a diretoria de futebol. A camisa ficou sem um patrocinador máster por nove meses. Lucas foi vendido por R$ 108 milhões e mesmo assim o São Paulo achou caro jogadores como Nilmar, Vargas e Coates – enquanto trouxe o lateral Bruno Cortez por incríveis R$ 7 milhões.
O clube que se orgulhava de debater os seus problemas internamente hoje protagoniza bate-bocas públicos como o de Ney Franco com Rogério Ceni, que ontem disse que se tivesse tanta influência nas decisões do time como o técnico afirmou em entrevista, Ney estaria no “olho da rua” há muito tempo. Hoje, figura nas manchetes por episódios patéticos como o da briga do presidente com sócios que apoiam a oposição em churrasco na sede social.
Hoje, de soberano, o São Paulo só tem Juvenal.

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