Confrontos no Egito deixam dezenas de mortos e feridos. Governo declara estado de emergência
Forças de segurança agiram para remover dois acampamentos de apoiadores de Mursi
No início da manhã desta quarta-feira (14), as forças de segurança do Egito entraram em ação para remover dois acampamentos ocupados por apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi, localizados na praça Nahde e do lado de fora da mesquita Rabaa al Adawiva, no oeste do Cairo.
Durante a ação,
ao menos 278 pessoas morreram, segundo dados do governo interino. Mas a Irmandade Muçulmana, que organizava os acampamentos, informa que os mortos já passam de mil.
Veja a seguir imagens da batalha campal no Cairo que aprofunda ainda mais a crise no Egito
Foto: MOHAMMED ABDEL MONEIM / AFP
A ação policial começou nas primeiras horas do dia. Gás lacrimogênio foi usado para dispersar os manifestantes, e rajadas de metralhadora também foram ouvidas. Escavadeiras foram utilizadas para remover os acampamentos e barricadas de pedra.
Os acampamentos foram formados por simpatizantes da Irmandade Muçulmana, o grupo político que levou Mohamed Mursi ao poder um ano atrás.
Os manifestantes pedem o retorno de Mursi ao poder, após ele ser deposto por um golpe militar em 3 de julho
Foto: GIANLUIGI GUERCIA / AFP
Segundo o Ministério da Saúde egípcio, ao menos 149 pessoas morreram e 1.400 ficaram feridas em várias partes do Egito. Mas, para a Irmandade Muçulmana, já são milhares de mortos e feridos
Foto: MAHMOUD KHALED / AFP
O vice-presidente do Egito, o Prêmio Nobel da Paz Mohamed El Baradei, apresentou nesta quarta-feira sua demissão ao presidente interino do país.
"Para mim, é dificil continuar a assumir a responsabilidade de tomar decisões com as quais não estou de acordo", ecreveu El Baradei na carta entregue ao presidente Adly Mansur.
— Apresento minha renúncia ao posto de vice-presidente e peço a Deus, o altíssimo, que preserve nosso querido Egito de todo o mal, e que cumpra as esperanças e aspirações de seu povo
Foto: MOSAAB EL-SHAMY/AFP
Os manifestantes, que querem a volta de Mursi, desafiaram os avisos das autoridades sobre o fim dos acampamentos.
No início da semana, o governo interino informou que os acampamentos seriam desmantelados dentro da lei. Mas testemunhas disseram que, durante a ação de hoje, munição de verdade foi utilizada contra os manifestantes islamitas
Foto: MOHAMMED ABDEL MONEIM / AFP
Homem observa corpos de vítimas mortas durante ação policial desta quarta-feira (14)
Foto: 14.08.2013/Mosaab el Shamy/AFP
O Ministério do Interior informou que a praça Al Nahda já está sob controle total das forças de segurança. Na praça de Al Rabaa, porém, disparos de armas automáticas foram ouvidos ao longo do dia, e o gás lacrimogênio era utilizado contra as barracas, enquanto os alto-falantes tocavam cânticos religiosos no volume máximo
Foto: HASSAN MOHAMED / AFP
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Durante a repressão policial, um pai, apoiador do presidente deposto Mohamed Mursi, segura seus filhos durante o confronto
Foto: ENGY IMAD / AFP
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